Coco Chanel, Christian Dior, Halston, Jean Patou: o que esses nomes de designers têm em comum? Eles marcaram a moda, claro, cada um a seu jeito e no seu tempo. Entretanto, por meio de suas fragrâncias, também possibilitaram que as pessoas experimentassem o estilo de vida que propunham. Assim, perfumaria e moda têm uma relação muito conectada.
E é sobre isso que vamos falar neste artigo que reúne duas paixões que atraem as mais diferentes personalidades. Afinal, quando você aprecia uma marca de roupa, faz sentido entender mais sobre a fragrância que ela lança, não é? Vestir peças que transmitem sua personalidade e usar um perfume marcante são dois jeitos de revelar mais sobre si — por isso, moda e perfumaria têm tudo a ver!
Nossa convidada, que tem bastante a falar sobre o tema, é Helen Augusto, especialista em perfumaria. Aqui, ela nos dá uma verdadeira aula sobre a história das fragrâncias e de sua conexão com o mundo fashion. Uma viagem sensorial que vai valer cada palavra. Vamos lá?
Perfumaria: um luxo para poucos
Até o final do século XVIII, os perfumes não eram fartos e acessíveis como a gente encontra hoje. Na época de reis, rainhas e aristocratas, só mesmo essas pessoas podiam se dar ao luxo de usar esse produto. Entretanto, com a primeira Revolução Industrial, tudo foi mudando.
“Foi quando veio a máquina a vapor que a perfumaria começou a crescer, porque era possível produzir mais ingredientes. Também passou-se a fabricar mais ingredientes sintéticos, que traziam volume à perfumaria”, conta Helen Augusto. Antes disso, a maioria dos perfumes era feita a partir da essência de flores. Com a industrialização, ingredientes como musk, vanila e cumalina tornaram a perfumaria uma possibilidade para mais pessoas.
Ainda por volta de 1850 e 1900, os perfumes e a moda eram mais austeros — a era Vitoriana fazia a moda usar tons mais escuros e golas altas, por exemplo. “E a perfumaria também seguia essa linha mais austera, com florais”, conta nossa entrevistada. “Nessa fase, se você passasse uma overdose de perfume ou usasse muita maquiagem, como batom e rouge, era considerada uma pessoa de baixo padrão moral, era algo muito tradicional nos bordéis da época, por exemplo”, completa a especialista.
Ao mesmo tempo, em 1989 acontece a Exposição Mundial em Paris, e a perfumaria tem um salto! Foi quando o oriente foi apresentado ao ocidente. Para perfumaria e moda, foi um impacto e tanto — as mulheres passaram a usar turbantes e roupas mais bufantes. Helen Augusto conta que, na perfumaria, o evento marca a chegada das madeiras e especiarias: notas balsâmicas, como a mirra, que só o Oriente Médio conhecia. É quando surgem perfumes chiprados e orientais, sabia?
Já no começo de 1900, perfumaria e moda têm um encontro definitivo, que merece um capítulo à parte, como vamos contar logo a seguir!
Perfumaria e moda: um encontro de almas
Até o começo do século XX, os perfumes vinham das grandes casas de perfumaria, como a tradicional Guerlain. Mas a estilista Coco Chanel mostrou que unir design de roupas à perfumaria era um caminho sem volta.
Um parênteses necessário é que o contexto da época era o fim da Primeira Grande Guerra, quando as mulheres assumiram postos de trabalho, visto que os homens estavam na guerra. Logo, havia muita liberação. “Segundo historiadores, as mulheres dos anos 1920 e 1930 foram as mais emancipadas, pelo menos até a década de 60”, comenta Helen.
É nessa fase que Coco Chanel revolucionou a moda: ela foi responsável por trazer renda às roupas, recortar barras, fazer as mulheres usarem calça e roupas com bolso — não se dependia mais dos homens para guardar nada. Chanel também trouxe o colarismo de bijuterias (aquele mundo de pérolas, sabe?). Era um estilo que dava o que falar, mas, ao mesmo tempo, trata-se da alta costura, o que não era uma possibilidade para todos. Muito pelo contrário.
Assim, o perfume se torna uma possibilidade de vestir, na própria pele, o estilo proposto por Coco. “O Chanel Nº 5 nasceu em 1921 e continua sendo um dos mais vendidos — é o estilo da marca. Ter fragrâncias que falem do que representa uma marca é importantíssimo para seguir em alta”, fala Helen Augusto.
Lanvin e Jean Patou, assim como Chanel, foram os primeiros designers a marcarem seu nome no universo da perfumaria. Eles foram seguidos por Dior, Cacharel, Calvin Klein e muitos outros nomes. Pra quem ama séries sobre moda, em Halston, da Netflix, é possível ver a discussão sobre o perfume que levaria a assinatura do estilista — fica a dica!
Altos e baixos da sociedade: os efeitos na moda e na perfumaria
Toda a história da moda e da perfumaria é marcada por períodos mais difíceis, como a quebra da Bolsa de 1929 ou a Segunda Guerra. Esses episódios atingiram toda a sociedade, claro, mas deixam características específicas nesse universo. E Helen Augusto também comenta esse impacto.
“Com as recessões, as pessoas se voltam para a discrição, tanto na moda quanto na perfumaria. Nesta última, os florais sempre se sobrepõem quando há alguma crise. Foi em 1930 que Jean Patou lançou o Joy, por exemplo”. É uma memória olfativa que traz segurança e acolhimento.
Um fato interessante é que, mesmo com a popularização da perfumaria, eram só pessoas mais ricas que podiam comprar perfumes de designers famosos, pois o custo do produto era alto e envolvia muita exclusividade. Isso mudou no Prêt-à-Porter (ou 'pronto para usar'). Helen conta que as grandes marcas começaram a fazer moda para atender mais pessoas que conseguiam comprar roupas, mas não sob medida. “Daí a perfumaria também se democratizou, os florais apareceram de uma forma leve e os extratos passaram a ser mais diluídos. É aí que surge o eau de toilette, dentro da grande perfumaria”.
Perfumaria, moda e estilo: uma conexão intensa
Como você pôde notar até aqui, perfumaria e moda acompanhavam as mudanças da sociedade. Nos anos 1970, por exemplo, as mulheres passaram a usar gravatas e ternos. “Como todas as minhas amigas, eu queria ser revolucionária, então, usava gravata e blazer para trabalhar — meu pai é quem dava o nó. E a perfumaria lançou Charlie, um perfume para mulheres que buscavam confiança, assim como o Obsession, da Calvin Klein”, relembra Helen.
Hoje, temos no genderless (sem gênero definido) algo muito forte e a perfumaria tem abraçado essa ideia. Inclusive, todos os perfumes da Perfumaria Phebo são compartilháveis. “As mulheres já vestem roupas mais masculinas, e muitos homens estão usando saia e ousando mais”, comenta a especialista. Mais do que nunca, usar o que faz bem à sua autoestima é o que manda, certo?
Escolha do perfume e opções de look: como fazer da melhor forma
Um fato sobre a perfumaria, e sobre a moda também, é que as regras não fazem mais sentido. O único mandamento a ser seguido é usar aquilo que lhe faz se sentir bem com a vida.
Claro que perfumes mais marcantes, como o Bronze ou o Fava Tonka, são opções especiais para eventos noturnos ou dias mais frios. Tal qual o Aura e o Bergamota Solar casam perfeitamente com o dia a dia ensolarado. Mas nada impede que você inverta a ordem ou ainda crie uma fragrância só sua, fazendo o layering, que tal?
Como dissemos, todos os perfumes da Phebo, sejam colônias, eau de toilette ou de parfum, podem ser usados por homens e mulheres. Estilo, perfumaria e moda estão mais conectados do que você imagina e têm uma história recheada de acontecimentos notáveis. Então, aproveite para construir sua trajetória com perfumes e itens de moda que marcam seu dia a dia.
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