Harmonização de vinhos: o que você sempre quis saber sobre

Harmonização de vinhos: o que você sempre quis saber sobre
Publicado em: Papo de Cozinha

Quer combinar um vinho delicioso a um jantar caprichadíssimo? Então, não perca nossas dicas!

Quando você pensa em harmonização de vinhos, imagina que precisa de muito conhecimento para fazer combinações de pratos e bebidas que sejam inesquecíveis? Saiba que isso não é bem assim. Escolher um bom vinho para tornar a refeição feita em casa ainda mais especial tem alguns segredos, sim, mas eles são mais simples do que parecem. 

A boa notícia é que fomos atrás de revelá-los para você! E essa missão conta com a ajuda da Raquel Pellizzetti Fejgiel, jornalista e especialista em vinhos, com uma formação bastante sólida sobre o assunto. A especialista fala primeiro sobre os tipos de vinhos e depois traz vários conselhos para quem deseja surpreender nas sensações de um bom jantar ou almoço feito em casa.

“Vinho é um produto básico, e não luxo. Não se assuste com alguns termos rebuscados que muitas pessoas usam quando se referem ao vinho e seus rituais”, comenta nossa expert. Então, vamos começar nossa viagem que consegue até mesmo melhorar seu olfato na hora de testar a bebida? 

Mas antes, os principais tipos de vinho

Antes de falarmos da harmonização da bebida em si, você deve conhecer um pouco das características dos tipos de vinho, certo? 

“Divido os vinhos em 3 tipos, espumantes, tranquilos e fortificados/sobremesa. Gosto de ressaltar que, dentro de cada uma dessas divisões há uma infinidade de particularidades”, comenta.

Espumantes

“Eles têm como principais características os diferentes percentuais de açúcar em sua composição, a intensidade da sua efervescência e quantidade de espuma que forma na boca, tempo de guarda e sua acidez”, revela a jornalista. 

Uma opção bem conhecida é o extra-brut, que possui a dosagem de açúcar que vai de 3 e 8 gramas por litro. É considerado seco, mas não tanto quanto o espumante nature. Já o espumante doce pode chegar a 60g de açúcar por litro.

Tranquilos

“Podemos dividi-los entre tintos, rosé e brancos. Entre os principais elementos, destacamos a acidez e o corpo. A acidez, principalmente nos rosés e brancos, mantém o palato ativo durante toda degustação — ela tem um papel de “limpeza”, renovando o paladar para a próxima garfada”, explica Raquel

Já o corpo vai ajudar a balancear e equilibrar o peso da comida e do vinho. A sensação do corpo do vinho é construída por diversos elementos, como taninos, álcool, acidez, onde e se o vinho foi envelhecido. Entre os vinhos encorpados, falamos do Malbec, Cabernet Sauvignon e Sangiovese, por exemplo.

Vinhos fortificados

São aqueles que recebem adição de álcool, além dos vinhos de sobremesa. “Os mais famosos fortificados podem ser doces (como o vinho do porto) ou bem secos (como Jerez fino). Os mais populares são os portos que, além de serem mais alcoólicos, possuem também alto teor de açúcar, que tendem a ser mais licorosos”, explica Raquel. 

A importância da harmonização de vinhos

Agora que já conhece os tipos, vamos à harmonização de vinhos, que é extremamente importante. Afinal, uma boa degustação faz com que os sabores e outros elementos, como texturas e fragrâncias, não se sobreponham. “A harmonização é um exercício para ressaltar as melhores características tanto do vinho quanto da comida”, ressalta a jornalista.

Imagine só que você caprichou em um jantar para um dia quente — um peixe leve, salada de folhas, mas optou por um vinho bastante encorpado, como um tinto Malbec, que foi comprado em uma viagem à Argentina. Será que vai dar certo?

A resposta é que você pecou nessa harmonização do vinho com a refeição. E Raquel explica por que isso acontece: “vinhos encorpados, com muito tanino, associados a pratos leves, como um filé de peixe, conferem ao peixe um gosto metálico”. No caso do peixe, um vinho branco mais ácido ou mesmo um espumante com baixa dosagem de açúcar ficaria mais agradável, ok?

Ah, uma observação aqui, caso não saiba: os taninos são mais comumente encontrados nos vinhos tintos. Eles vêm da casca da uva. Assim, a harmonização de vinhos impacta a experiência gastronômica demais! Se você quer provocar uma experiência agradável, siga para o próximo tópico, com dicas bem importantes.

Harmonizando vinhos de maneira prática

Quer ter ideias de como proporcionar uma ótima experiência para você e seus convidados? Então, anote as dicas!

Harmonização de vinhos por similaridade

“É quando ressaltamos elementos que o prato e o vinho têm em comum — aqui um ótimo exemplo são ostras com o vinho Chablis”, comenta Raquel.

Vinhos com notas amanteigadas, como o Chardonnay, caem bem demais para ver um filme com pipoca cheia de manteiga ou pratos de culinária francesa, que levam esse ingrediente na composição.

Harmonização por contraste

Aqui, juntamos os diferentes. Por exemplo, algo bem salgado com uma bebida doce. “É o caso do queijo de mofo azul com vinho porto ruby”. Petiscos mais salgados com espumantes mais doces também combinam demais.

Harmonização por região

“Há um ditado que diz que o que cresce junto, vai bem junto. Assim, se vinho e receita respeitam as mesmas tradições culinárias, a harmonização será um sucesso. Nada melhor que um agnolotti del plin (massa recheada) com um Barolo ou Barbaresco (vinhos típicos da Itália)”, sugere nossa expert em harmonização de vinhos.

Os principais erros relacionados à harmonização de vinho

Além do erro que já citamos, do vinho mais encorpado com filé de peixe, “outro comum é harmonizar petiscos com muito sal, como azeitonas ou aliche e queijos, com vinhos com muito tanino e acidez média ou baixa — isso, porque o sal ajuda a evidenciar essas características dos petiscos”, comenta Raquel.

Ou seja, você vai acabar achando que o petisco é muito mais salgado, e aí haja água depois, não é? Nesse caso, os petiscos salgados devem ser associados a vinhos doces ou mais ácidos.

Por último, um erro comum é harmonizar sobremesas mais doces que o vinho já doce, seja espumante ou fortificado. Escolha um vinho doce para sobremesas mais leves, com toque de acidez.

Já as opções com muito açúcar, como tortas doces, pudins e cia., caem bem com vinhos que tenham um leve toque de acidez.

Então, vamos à lógica. Se o prato do jantar é uma deliciosa massa com molho vermelho ou bolonhesa ou mesmo uma carne mais pesada (como uma picanha grelhada, típica da gastronomia brasileira), um vinho tinto casa certinho. Assim como peixes, saladas e massas com molho de queijo vão bem com vinhos brancos ou rosés mais ácidos. Viu só como a harmonização de vinhos é simples?

Quer uma dica final da nossa especialista? “Use os profissionais de lojas e restaurantes para ajudar na seleção dos rótulos, fale com clareza sobre o que deseja, além de seus gostos e preferências. O mais importante é se divertir, gostar do que está provando e aproveitar o momento com quem você escolheu para dividir a garrafa”. Desse jeito, você ganha uma rotina organizada na hora de montar a refeição.

Agora, aproveite para compartilhar esse post com seus amigos e também em suas redes. Assim, todo mundo acerta na harmonização de vinho!

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Perfumaria Phebo
Perfumaria Phebo

Em 1930, os primos portugueses Antonio e Mario Santiago fundaram em Belém - no coração da Amazônia - a Phebo, uma perfumaria de altíssima qualidade e com fragrâncias marcantes e originais. O nome Phebo, o deus grego do Sol, foi escolhido para simbolizar o nascimento de uma nova Era da perfumaria brasileira. Com mais de 90 anos de história, a Phebo mantém a sua tradição de inovar com fragrâncias únicas e sofisticadas.

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